Gabriel Paganini, do Band-Sarries, treinou por um mês no Saracens da Inglaterra, após parceria estabelecida entre o time do Ibirapuera e o clube europeu
São Paulo (SP) – Um atleta do Band-Sarries viveu nos últimos dias o sonho que todo jogador de rugby do País gostaria de realizar. Gabriel Paganini, de 21 anos, teve o privilégio de passar um mês no centro de treinamento do Saracens (Sarries), em Saint Albans, 35 km ao norte de Londres. O estágio faz parte da parceria estabelecida entre o Bandeirantes e o clube inglês, em dezembro de 2013, projeto que oferecerá uma nova etapa na evolução do Band-Sarries e do rugby brasileiro em geral, a caminho dos Jogos Olímpicos de 2016.
Paganini retornou da Inglaterra nesta semana, entusiasmado com a experiência vivenciada em meio aos profissionais de um dos principais clubes de rugby do mundo. “Fui muito bem recebido, todos no clube são extremamente educados e me receberam com hospitalidade acima do que eu esperava. A carga diária de treinos é de seis horas, em dois períodos, exceto quando há jogos. Impossível não evoluir física e tecnicamente com um trabalho desses. É impressionante o profissionalismo. Aprendi muito nesses 30 dias”.
O brasileiro de 1m92 e 101 quilos ficou alojado no CT do Saracens e jogou um torneio no Allianz Park de Saint Albans, o estádio do clube. “Disputamos um campeonato de sevens (sete jogadores), apenas entre clubes ingleses. Fiz dois tries, fomos campeões e recebi muitos elogios”, comemorou Paganini, que, aos poucos, está retomando à rotina de treinos, trabalho e estudo em São Paulo. No Band-Sarries são três treinos semanais de 1h30, conciliados com a faculdade de Educação Física e o trabalho em uma academia.
Além do profissionalismo dos ingleses com o rugby, a estrutura encontrada no país onde o esporte nasceu há 140 anos, impressionou Paganini. “Treinei entre os juvenis e também com os adultos. Todas as categorias têm o suporte necessário. No centro de treinamento tem academia completa, fisioterapia, vestiário de luxo com ducha e hidromassagem, além do mais importante: seis campos para treino em condições perfeitas”.
Rugby e roda-gigante – Pela primeira vez no Reino Unido, o atleta brasileiro aproveitou as poucas folgas do rugby para ver de perto os cartões postais da capital inglesa. “Eu e os estagiários de outros países que mantêm parceria com o Saracens tivemos um fim de semana de folga e fomos a Londres. Conheci o Big Ben, a London Eye (roda-gigante à margem do Tâmisa), um parque de diversões e outros pontos turísticos. Gostei muito”, relatou Paganini, que no próximo fim de semana deve reforçar o Band-Sarries para disputar sua primeira partida pelo Super 10, o campeonato brasileiro de rugby.
Antes de embarcar para a Inglaterra, ele obteve as primeiras informações do Saracens com o técnico Paul Gustard, que veio ao Brasil e deu clínicas a todas as categorias do Band-Sarries no campo do Ibirapuera, ação também sustentada pela parceria. Gustard, pela primeira vez em São Paulo, trouxe a experiência de finalista da Heineken Cup de 2014 e de cinco títulos da Aviva Premiership, o campeonato inglês de rugby.
“Em breve o Saracens enviará para o Antonio Martoni (CEO do Band-Sarries) uma avaliação completa sobre o meu desempenho em Saint Albans. Meus pontos fortes, aqueles que precisam ser aprimorados. Vai ajudar muito no meu desenvolvimento”, afirmou o polivalente Paganini, que atua como número 8 ou asa, funções que exigem força e agilidade. Geralmente são os melhores tacleadores (interceptadores de jogadas do adversário) do time.
“Para antecipar, já conversei bastante sobre meu período no Saracens com o Martoni e o Mocho (Ramiro Mina, o técnico). Na parte técnica o treino é praticamente igual ao do Band-Sarries. O que faz a diferença é a parte tática. Eles quase não param a bola. Priorizam o passe em vez do contato. E sempre em alta velocidade”, comparou Paganini, o brasileiro que retorna da Terra da Rainha com ferramentas importantes para ajudar o rugby a evoluir no Brasil.
Texto por Ary Pereira Jr. (ZDL Comunicação): zdl.com.br